segunda-feira, 27 de abril de 2009


(imagem da net)


Tenho assistido, incógnito, ao desfalecimento gradual da minha vida, ao soçobro lento de tudo quanto quis ser. Posso dizer, com aquela verdade que não precisa de flores para se saber que está morta, que não há coisa que eu tenha querido, ou em que tenha posto, um momento que fosse, o sonho só desse momento, que se me não tenha desfeito debaixo das janelas como pó parecendo pedra caindo de um vaso de andar alto. Parece, até, que o destino tem sempre procurado, primeiro, fazer-me amar ou querer aquilo que ele mesmo tinha disposto para que no dia seguinte eu visse que não tinha ou teria.

Bernardo Soares, Livro do Desassossego









segunda-feira, 30 de março de 2009

O que é o Amor?


Amor é...


« o que te faz sorrir quando estás cansado.» - Terri, 4 anos

« o que está contigo na noite de Natal, se parares de abrir os presentes e escutares com atenção.» - Bobby, 7 anos

«quando um velhinho e uma velhinha ainda são amigos, mesmo depois de se conhecerem muito bem» - Tommy, 6 anos

«quando o teu cãozinho te lambe a cara toda, apesar de o teres deixado sozinho o dia todo» - Mary Ann, 4 anos

«quando alguém te ama, a maneira como pronuncia o teu nome é diferente. Tu sentes que o teu nome está seguro na boca dessa pessoa.» - Billy, 4 anos

E a minha preferida!!

«quando amas alguém, as tuas pestanas andam para cima e para baixo e saem estrelinhas de ti» - Karen, 7 anos







quarta-feira, 25 de março de 2009




Para uma menina que faz amanhã 14 aninhos e hoje me dizia, lavada em lágrimas, que o namorado de 4 meses se tinha zangado com ela.
Crescemos e vamos esquecendo que houve um tempo em que morríamos porque ele passou por nós e nem nos sorriu...testes, negativas, fichas de leitura, passar de ano, o sermão diário dos pais!? O que é que isso importa quando ele se zangou connosco!?

De desculpa em desculpa, de pretexto em pretexto, fui deixando de vir a este cantinho...a falta de tempo sempre a dizer amanhã, amanhã...as janelas de tempo abrimo-las nós próprios. Agora que a Primavera se vem mostrando ,é altura de abrir mais vezes as minhas janelas de tempo!













sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009


Tal como a neve...continuo por cá...cansada deste ano lectivo(e de tudo o que lhe está associado) que nunca mais termina
...

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Feliz Ano Novo!!



UM ÓPTIMO 2009...com todas as pequenas coisas que vos fazem sorrir!!



segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

FELIZ NATAL!!

Receita para um Feliz Natal e autêntico!

Ingredientes:
Esquecer a crise(a económica ou qualquer outra que ande a rondar a nossa porta!),
Juntar amigos e família (os verdadeiros e os membros da família que nos aceitam como somos!),
Comidas natalícias (De preferência confeccionadas em conjunto),
Uma boa lareira,

e o mais importante(não, não são os presentes...esses são dispensáveis!), a disponibilidade para nos darmos ao outro...de ouvirmos...de olhar...de sentir o calor de todos aqueles que todos os dias, de uma maneira ou de outra, vão aconchegando os nossos dias!

FELIZ NATAL!



A propósito do Natal



Cidades enfeitadas
Luzes multicolores acesas
Parecendo passeata de princesas!...
Chego num clube elegante,
Vislumbro crianças,
Com as mãos abarrotadas de brinquedos,
Mesas com variadas bebidas,
Adornadas de guloseimas!...
Crianças alegres,
Cantando músicas de Natal,
Adultos
Se abraçando,
Todos falando: Feliz Natal, Feliz Natal!...
Chego num bairro de periferia,
Vejo pais e mães, carregando tristezas,
Vítimas das incertezas
Do hoje e do amanhã!...
Crianças famintas, sem nenhum brinquedo,
Até quando continuará? Até quando?...
Perguntem às princesas.


Leopoldo Neto


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Último Poema

É Natal, nunca estive tão só,
Nem sequer neva como nos versos
Do Pessoa ou nos bosques
Da Nova Inglaterra.
Deixo os olhos correr
Entre o fulgor dos cravos
E os dióspiros ardendo na sombra.
Quem assim tem o verão
Dentro de casa
Não devia queixar-se de estar só,
Não devia.

Eugénio de Andrade

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Outro Natal,
Outra comprida noite
De consoada.
Fria,
Vazia,
Bonita só de ser imaginada,
Que fique dela, ao menos,
Mais um poema breve,
Recitado
Pela neve
Ao cair de leve
No telhado.


Miguel Torga