quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Receita para um Feliz Natal e autêntico!
Ingredientes:
Esquecer a crise(a económica ou qualquer outra que ande a rondar a nossa porta!),
Juntar amigos e família (os verdadeiros e os membros da família que nos aceitam como somos!),
Comidas natalícias (De preferência confeccionadas em conjunto),
Uma boa lareira,
e o mais importante(não, não são os presentes...esses são dispensáveis!), a disponibilidade para nos darmos ao outro...de ouvirmos...de olhar...de sentir o calor de todos aqueles que todos os dias, de uma maneira ou de outra, vão aconchegando os nossos dias!
FELIZ NATAL!
A propósito do Natal
Cidades enfeitadas
Luzes multicolores acesas
Parecendo passeata de princesas!...
Chego num clube elegante,
Vislumbro crianças,
Com as mãos abarrotadas de brinquedos,
Mesas com variadas bebidas,
Adornadas de guloseimas!...
Crianças alegres,
Cantando músicas de Natal,
Adultos
Se abraçando,
Todos falando: Feliz Natal, Feliz Natal!...
Chego num bairro de periferia,
Vejo pais e mães, carregando tristezas,
Vítimas das incertezas
Do hoje e do amanhã!...
Crianças famintas, sem nenhum brinquedo,
Até quando continuará? Até quando?...
Perguntem às princesas.
Leopoldo Neto
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Último Poema
É Natal, nunca estive tão só,
Nem sequer neva como nos versos
Do Pessoa ou nos bosques
Da Nova Inglaterra.
Deixo os olhos correr
Entre o fulgor dos cravos
E os dióspiros ardendo na sombra.
Quem assim tem o verão
Dentro de casa
Não devia queixar-se de estar só,
Não devia.
Eugénio de Andrade
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Outro Natal,
Outra comprida noite
De consoada.
Fria,
Vazia,
Bonita só de ser imaginada,
Que fique dela, ao menos,
Mais um poema breve,
Recitado
Pela neve
Ao cair de leve
No telhado.
Miguel Torga
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Um presente diferente...
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Reino maravilhoso
"É assim o reino maravilhoso de que vos falei...o silêncio que se passeia pelos montes em tardes de sol...e às vezes por entre o taramelar da chuva... o brilho sonoro dos sorrisos puros em caras de pele curtida de sol a sol- É assim o reino maravilhoso em que habito... perceptível apenas a corações claros e com luz, a olhos atentos e a ouvidos entendidos na arte de escutar a música do silêncio..."
O Pássaro da Alma
No fundo, bem lá no fundo do corpo, mora a alma.
Ainda não houve quem a visse,
Mas todos sabem que ela existe.
E não só sabem que existe,
Como também sabem o que lá tem dentro.
Dentro da alma,
Lá bem no centro,
Pousado numa pata
Está um pássaro.
E o nome do pássaro é pássaro da alma.
E ele sente tudo o que nós sentimos:
Quando alguém nos magoa, o pássaro da alma agita-se para lá e para cá
(...)
Quando alguém nos ama,
O pássaro da alma dá pulinhos
De contente,
Para trás e para a frente,
Vai e vem.
Quando alguém nos chama,
O pássaro da alma põe-se logo à escuta da voz,
A fim de reconhecer que tipo de apelo é.
(...)
Decerto querem também saber de que é feito o pássaro da alma.
(...)
É feito de gavetas e mais gavetas. (...) cada uma delas tem uma chave para ela só!
(...)
Às vezes uma pessoa pode escolher e indicar ao pássaro
As chaves a rodar e as gavetas a abrir.
E outras vezes é o pássaro quem decide.
Por exemplo: a pessoa quer estar calada e diz ao pássaro para abrir
A gaveta do silêncio. Mas ele, por auto-recriação,
Abre-lhe a gaveta da fala,
E ela desata a falar, a falar sem querer.
(...)
Agora já compreendemos que cada homem é diferente do seu semelhante
Por causa do pássaro da alma que tem dentro de si.
O pássaro que em certas manhãs abre a gaveta da alegria,
E a alegria jorra dela para dentro do corpo
E o dono dela fica feliz.
E o mais importante - é escutar logo o pássaro.
Pois acontece o pássaro da alma chamar por nós, e nós não o ouvirmos.
É pena. Ele quer falar-nos de nós próprios.
Quer falar-nos dos sentimentos que estão encerrados nas gavetas dentro de nós.
Por isso vale a pena
Talvez tarde pela noite, quando o silêncio nos rodeia,
Escutar o pássaro da alma que mora dentro de nós,
No fundo, lá bem no fundo do corpo.
Michal Snunit
Bem digo, durante a noite, ao meu pássaro da alma para ele abrir a gaveta da fala, mas ele, teimoso, insiste em abrir a do silêncio...e lá vou passando os dias mais caladita...!
domingo, 2 de novembro de 2008
E a vida foi, e é assim e não melhora.
Esforço inútil. Tudo é ilusão.
Quantos não cismam nisso mesmo a esta hora
Com uma taça, ou um punhal na mão!
Mas a Arte, o Lar, um filho, António? Embora!
Quimeras, sonhos, bolas de sabão.
E a tortura do Além e quem lá mora!
Isso é, talvez, a minha única aflição.
Toda a dor pode suportar-se, toda!
Mesmo a da noiva morta em plena boda,
Que por mortalha leva...essa que traz.
Mas uma não: a dor do pensamento!
Ai quem me dera entrar nesse convento
Que há além da Morte e que se chama A Paz!
António Nobre
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Certos homens, a meu ver,
Quanto mais pequenos são
Maiores querem parecer
Vós que lá do vosso império
Prometeis um mundo novo,
Calai-vos, que pode o povo
Qu'rer um mundo novo a sério
Para não fazeres ofensas
E teres dias felizes,
Não digas tudo o que pensas,
Mas pensa tudo o que dizes
António Aleixo
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Além
O poente de pó
Agora chove miudinho
E entra no corpo
Caminha até à alma
E depois
Escorre pelas mãos
Até ser frio, abandono, vazio
Amar Timor
Como eu sinto Timor
Se vocês pensassem
Como eu vivo Timor
Ouvindo da voz
Do seu povo nobre e humilde
Palavras doces e simples
Como bom dia senhor!
Se vocês sentissem ou ouvissem
O sorriso inocente e brilhante
Das crianças de Timor
Ansiando que o dia nasça
Para mostrarem a sua alma, seu génio
Com o pouco que têm
Então diriam
Eu sinto Timor!
Se vocês vissem
O olhar cúmplice, profundo
E resistente deste povo
Que nas montanhas extensas
Resistiu incólume aos invasores
Então diriam
Eu amo Timor!
Luís Mendes
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Ai o amor...!
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Pais e filhos
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Inconstâncias
Continuam a espantar-me as pessoas que mudam de decisões ao sabor do vento e do momento! E não me refiro a decisões banais, mas sim àquelas decisões que nos colocam numa encruzilhada, se seguirmos pela esquerda, a nossa vida será de uma maneira, se tomarmos o caminho da direita será o oposto. Tenho constatado que algumas pessoas mudam com uma extraordinária facilidade de caminho...ora vão pelo da esquerda ora rumam ao da direita...parece que saem destas mudanças incólumes...quem com elas se cruza é que tem de saber gerir o que elas vão deixando para trás!
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Errata
Quando eu nasci...
Quando eu nasci,
Ficou tudo como estava,
Nem homens cortaram veias,
Nem o sol escureceu,
Nem houve estrelas a mais...
Somente,
Esquecida das dores,
A minha Mãe sorriu e agradeceu...
Quando eu nasci,
Não houve nada de novo
Senão eu.
As nuvens não se espantaram,
Não enlouqueceu ninguém...
P'ra que o dia fosse enorme,
Bastava
Toda a ternura que olhava
Nos olhos de minha Mãe...
Sebastião da Gama
Terapias alternativas!
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Irritações e distracções!!!!
Andava há um bom par de dias com o depósito do carro na reserva. Como o dito cujo não se move a ar, hoje lá fui encher o depósito. Chego à bomba, encho o depósito, coloco a pistola no respectivo lugar, entro no carro, fecho a porta e levo a mão ao sítio onde é suposto estar a chave, na ignição, não é?! Não há chave, onde é que ela está?! Pendurada na portinhola do depósito!!! E só ainda estamos em Setembro...!!!
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Ramon Hasman
Boa semana!
Desculpas...
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
Do 'cantinho' da mana...
Desejo somente aquilo que a maioria não tem.
Desejo tempo, para me divertir e sorrir,
Desejo tempo, para que os obstáculos sejam superados,
E muitos sucessos comemorados.
Desejo tempo, para planear e realizar,
Não só para mim, mas também para os outros.
Desejo tempo, para não ter pressa e correr,
Desejo tempo para me encontrar,
Desejo tempo, não só para passar ou vê-lo no relógio,
Desejo tempo, para que fique;
Tempo para me encontrar e tempo para confiar em alguém.
Desejo tempo para tocar as estrelas,
E tempo para crescer e amadurecer.
Desejo tempo para aprender e acertar,
Tempo para recomeçar, se fracassar...
Desejo tempo também para voltar atrás e perdoar.
Desejo tempo, para ter novas esperanças e voltar a amar...
Não faz mais sentido protelar.
Desejo tempo para ser feliz.
Para viver cada dia, cada hora como um presente.
Desejo tempo, tempo para a vida.
Desejo tempo. Tempo. Muito tempo!...
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Madrinhas...
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
Conta-me como foi
Três irmãs desse bando de miúdos, tinham uns primos que viviam no Porto e vinham sempre passar um mês de férias a casa delas. Houve umas férias em que eles trouxeram um Monopólio. Lembro-me de passarmos tardes inteiras a comprar e vender propriedades, estações e companhias da água e da electricidade!!! E a zangar-mo-nos uns com os outros, porque todos queríamos jogar e nós éramos tantos que nunca mais chegava a nossa vez!
Às vezes, a minha mãe fazia uma merenda e lá íamos passar o dia para o rio! Depois vinha o mês de Agosto e o regresso dos tios e dos primos que estavam no estrangeiro e todos os fins-de-semana havia uma festa popular e nós lá íamos passar o domingo a casa do tio, da prima do pai ou dos padrinhos da mãe!
Actualmente, o bairro continua tranquilo e pacato, mas as pessoas já não dizem "Vou à cidade!" e já não há bandos de miúdos a correr pelos quintais. A maioria mudou-se para cidades mais próximas do litoral e os que ficaram não se sentam à noite nos quintais e não deixam que os seus filhos sejam um bando de miúdos a correr às gargalhadas pelas ruas...
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Amigos
Este ano, constatei que a minha folha de opções tem 8 ou 9 linhas escritas e nenhuma delas partilha o meu rio! E confirmei que os amigos verdadeiros, na maioria dos casos, não estão connosco diariamente. Mas fazem 4 horas de viagem para estarem connosco uma tarde de sábado e meio domingo; convidam-nos para ir de férias com eles, sacrificando um pouco do seu descanso e da sua liberdade; dão-nos a chave da sua casa, esperam por nós para jantar a horas tardias, escutam-nos, pela noite dentro, sem nos fazerem perguntas; contam-nos pedaços da sua vida que prefeririam esquecer para nos darem alento...
Nestes dias que estive fora, soube que uma das minhas 8 ou 9 linhas tem cancro da mama. Descobriu, num auto exame, um caroço e desde há uns meses tem vivido, quase solitária(apenas a irmã mais velha, uma amiga e eu sabemos), a angústia das viagens para os hospitais, da incerteza dos exames, da espera para saber se é maligno ou benigno...a angústia de não deixar que os outros percebam (Como consegues, D.? Todas as rotinas diárias e continuar a ser o apoio para aqueles que precisam dele!). Conheci esta minha AMIGA há 7 anos, no outro lado do mundo (Onde nem todas as relações eram reais.), quando a conversa se estendia pela noite, na praceta de Vila Verde. Desde então estive com ela duas vezes, em 2004 e agora. Eu tenho um rio e ela tem um oceano!
Tenho a certeza de que ela vai vencer aquele caroço, que nem sabe que a D., na sua serenidade, é uma força da natureza!FORÇA, AMIGA!
quarta-feira, 30 de julho de 2008
Que as há, há!
Um dia destes, dirigia-me ao meu carrito, no estacionamento, quando ouço:- Senhora, senhora...eu estava ali a falar com aquele senhor...e alguma coisa me fez vir ter consigo. Deixe-me ler a sua sina.
No meu pensamento, em grandes letras: COMO ME SAFO DESTA!!!??
-A senhora teve grande azar na linha de...há muita inveja à sua volta, mas a senhora não tem culpa!
No meu pensamento, em letras mais pequeninas: Como é que ela sabe!!??
-Deixe-me ler a sina e digo-lhe o nome de quem lhe tem tanta inveja...
O meu pensamento verbaliza-se e lá me sai:- Não estou interessada, se alguém me tem inveja, que lhe faça proveito...!
Não acredito em bruxas, mas que as há, há !!!
terça-feira, 29 de julho de 2008
Baile
E o sol deixou de bater à minha janela e o seu conforto bailante deixou de vir até mim ...A noite caiu e então saí. O torpor vestiu-se de tristeza e as lágrimas bailaram nos meus olhos, porque me veio a lembrança de outras tardes em que o sol também bailava...mas acompanhado.
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Nem tudo é fácil
Nem tudo é fácil
É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas...
É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o...
É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga...
É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça...
É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida...Mas, com certeza, nada é impossível
Precisamos acreditar, ter fé e lutar para que não apenas sonhemos,
Mas também tornemos todos esses desejos, realidade!!!
Cecília Meireles
quinta-feira, 24 de julho de 2008
Apresentação
«Pensas que é para ti Tudo o que sou... Mas sou tanta coisa Que tu não poderias guardar! Tu não tens a capacidade de chorar Quando eu choro, De rir quando eu rio... Quando eu rio, Sou para quem sabe rir...»
Não sei quem escreveu estas palavras, encontrei-os nuns papéis dos tempos da faculdade, mas penso que apresentam bem este meu canto...sou tanta coisa...há dias em que sinto assim...um reino pequeno demais, para os meus mundos...!