quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Feliz Ano Novo!!



UM ÓPTIMO 2009...com todas as pequenas coisas que vos fazem sorrir!!



segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

FELIZ NATAL!!

Receita para um Feliz Natal e autêntico!

Ingredientes:
Esquecer a crise(a económica ou qualquer outra que ande a rondar a nossa porta!),
Juntar amigos e família (os verdadeiros e os membros da família que nos aceitam como somos!),
Comidas natalícias (De preferência confeccionadas em conjunto),
Uma boa lareira,

e o mais importante(não, não são os presentes...esses são dispensáveis!), a disponibilidade para nos darmos ao outro...de ouvirmos...de olhar...de sentir o calor de todos aqueles que todos os dias, de uma maneira ou de outra, vão aconchegando os nossos dias!

FELIZ NATAL!



A propósito do Natal



Cidades enfeitadas
Luzes multicolores acesas
Parecendo passeata de princesas!...
Chego num clube elegante,
Vislumbro crianças,
Com as mãos abarrotadas de brinquedos,
Mesas com variadas bebidas,
Adornadas de guloseimas!...
Crianças alegres,
Cantando músicas de Natal,
Adultos
Se abraçando,
Todos falando: Feliz Natal, Feliz Natal!...
Chego num bairro de periferia,
Vejo pais e mães, carregando tristezas,
Vítimas das incertezas
Do hoje e do amanhã!...
Crianças famintas, sem nenhum brinquedo,
Até quando continuará? Até quando?...
Perguntem às princesas.


Leopoldo Neto


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Último Poema

É Natal, nunca estive tão só,
Nem sequer neva como nos versos
Do Pessoa ou nos bosques
Da Nova Inglaterra.
Deixo os olhos correr
Entre o fulgor dos cravos
E os dióspiros ardendo na sombra.
Quem assim tem o verão
Dentro de casa
Não devia queixar-se de estar só,
Não devia.

Eugénio de Andrade

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Outro Natal,
Outra comprida noite
De consoada.
Fria,
Vazia,
Bonita só de ser imaginada,
Que fique dela, ao menos,
Mais um poema breve,
Recitado
Pela neve
Ao cair de leve
No telhado.


Miguel Torga






segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Um presente diferente...








Um presente diferente neste aniversário...fim-de-semana prolongado, junto da família e a aldeia vestida de branco!





segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Reino maravilhoso




assim o reino maravilhoso de que vos falei...o silêncio que se passeia pelos montes em tardes de sol...e às vezes por entre o taramelar da chuva... o brilho sonoro dos sorrisos puros em caras de pele curtida de sol a sol- É assim o reino maravilhoso em que habito... perceptível apenas a corações claros e com luz, a olhos atentos e a ouvidos entendidos na arte de escutar a música do silêncio..."






O Pássaro da Alma



No fundo, bem lá no fundo do corpo, mora a alma.
Ainda não houve quem a visse,
Mas todos sabem que ela existe.
E não só sabem que existe,
Como também sabem o que lá tem dentro.

Dentro da alma,
Lá bem no centro,
Pousado numa pata
Está um pássaro.
E o nome do pássaro é pássaro da alma.
E ele sente tudo o que nós sentimos:
Quando alguém nos magoa, o pássaro da alma agita-se para lá e para cá
(...)
Quando alguém nos ama,
O pássaro da alma dá pulinhos
De contente,
Para trás e para a frente,
Vai e vem.
Quando alguém nos chama,
O pássaro da alma põe-se logo à escuta da voz,
A fim de reconhecer que tipo de apelo é.
(...)
Decerto querem também saber de que é feito o pássaro da alma.
(...)
É feito de gavetas e mais gavetas. (...) cada uma delas tem uma chave para ela só!
(...)
Às vezes uma pessoa pode escolher e indicar ao pássaro
As chaves a rodar e as gavetas a abrir.
E outras vezes é o pássaro quem decide.
Por exemplo: a pessoa quer estar calada e diz ao pássaro para abrir
A gaveta do silêncio. Mas ele, por auto-recriação,
Abre-lhe a gaveta da fala,
E ela desata a falar, a falar sem querer.
(...)
Agora já compreendemos que cada homem é diferente do seu semelhante
Por causa do pássaro da alma que tem dentro de si.
O pássaro que em certas manhãs abre a gaveta da alegria,
E a alegria jorra dela para dentro do corpo
E o dono dela fica feliz.

E o mais importante - é escutar logo o pássaro.
Pois acontece o pássaro da alma chamar por nós, e nós não o ouvirmos.
É pena. Ele quer falar-nos de nós próprios.
Quer falar-nos dos sentimentos que estão encerrados nas gavetas dentro de nós.

Por isso vale a pena
Talvez tarde pela noite, quando o silêncio nos rodeia,
Escutar o pássaro da alma que mora dentro de nós,
No fundo, lá bem no fundo do corpo.

Michal Snunit



Bem digo, durante a noite, ao meu pássaro da alma para ele abrir a gaveta da fala, mas ele, teimoso, insiste em abrir a do silêncio...e lá vou passando os dias mais caladita...!









domingo, 2 de novembro de 2008




E a vida foi, e é assim e não melhora.
Esforço inútil. Tudo é ilusão.

Quantos não cismam nisso mesmo a esta hora
Com uma taça, ou um punhal na mão!

Mas a Arte, o Lar, um filho, António? Embora!
Quimeras, sonhos, bolas de sabão.
E a tortura do Além e quem lá mora!
Isso é, talvez, a minha única aflição.

Toda a dor pode suportar-se, toda!
Mesmo a da noiva morta em plena boda,
Que por mortalha leva...essa que traz.

Mas uma não: a dor do pensamento!
Ai quem me dera entrar nesse convento
Que há além da Morte e que se chama A Paz!


António Nobre




quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Final do dia


ahahha!!!Que sono!!







terça-feira, 28 de outubro de 2008

Eu não sei porque razão
Certos homens, a meu ver,
Quanto mais pequenos são
Maiores querem parecer

Vós que lá do vosso império
Prometeis um mundo novo,
Calai-vos, que pode o povo
Qu'rer um mundo novo a sério


Para não fazeres ofensas
E teres dias felizes,
Não digas tudo o que pensa
s,
Mas pensa tudo o que dizes


António Aleixo







segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Além

Foi longe o horizonte
O poente de pó

Agora chove miudinho

E entra no corpo
Caminha até à alma

E depois
Escorre pelas mãos

Até ser frio, abandono, vazio





Saudades...




Nem toda a tecnologia do mundo me fará experimentar todas as emoções que vivi nesta sala de aula...






Amar Timor

Se vocês soubessem
Como eu sinto Timor
Se vocês pensassem
Como eu vivo Timor
Ouvindo da voz
Do seu povo nobre e humilde
Palavras doces e simples
Como bom dia senhor!

Se vocês sentissem ou ouvissem
O sorriso inocente e brilhante
Das crianças de Timor
Ansiando que o dia nasça
Para mostrarem a sua alma, seu génio
Com o pouco que têm
Então diriam
Eu sinto Timor!

Se vocês vissem
O olhar cúmplice, profundo
E resistente deste povo
Que nas montanhas extensas
Resistiu incólume aos invasores
Então diriam
Eu amo Timor!

Luís Mendes




terça-feira, 30 de setembro de 2008

Cinderela

Porque hoje me lembrei de como era bom ter 14/15 anos...



Ai o amor...!


O polivalente ao final da manhã é um emaranhado de adolescentes que correm, empurram e gritam,na pressa de almoçar e ganharem uns minutos extra para as correrias no pátio. A um canto, quase despercebidos, indiferentes à agitação dos colegas, dois adolescentes conversam e riem às gargalhadas...naquele momento o mundo é aquele sofá, aquela conversa, aquelas gargalhadas, aquela frase -O que seria eu sem ti!



quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Pais e filhos

(retirada da net)

Final da manhã. Saco de compras numa mão, procurava com a outra, no imenso universo de coisas que trago na minha carteira, a chave do carro, quando ouço atrás de mim uma voz de criança - Mas isto queima! Queima! e uma voz feminina adulta confirma - Pois queima! Isto queima, estás a ver!! Viro-me e a cena de filme que vejo é a seguinte:duas mulheres, de trinta e poucos anos, com um menino de 3/4 anos. Uma delas a tentar colocar o cigarro nos lábios do miúdo!! Fiquei paralisada a vê-las afastarem-se tranquilamente! Desconheço o contexto da cena que presenciei, mas se pretendia ser uma lição sobre os malefícios do tabaco, duvido da sua eficácia. A mim pareceu-me de alguma violência, a cara do miúdo era de medo, pois se o cigarro queimava e queriam colocar-lho na boca! Como outro caso que conheço pessoalmente. A criança tinha 3 anos e alguma resistência em comer, pelo que a hora das refeições era assim para o barulhento...eram os berros da criança e os gritos da mãe...solução? Coloca-se a criança na sua cadeira alta e esta na sala de jantar - Enquanto não comeres e acabares de berrar não sais daí!! e fecha-se a porta!
Et voilá! Assim se educa! Nem comento!



terça-feira, 23 de setembro de 2008

Inconstâncias

(Imagem retirada da net)

Continuam a espantar-me as pessoas que mudam de decisões ao sabor do vento e do momento! E não me refiro a decisões banais, mas sim àquelas decisões que nos colocam numa encruzilhada, se seguirmos pela esquerda, a nossa vida será de uma maneira, se tomarmos o caminho da direita será o oposto. Tenho constatado que algumas pessoas mudam com uma extraordinária facilidade de caminho...ora vão pelo da esquerda ora rumam ao da direita...parece que saem destas mudanças incólumes...quem com elas se cruza é que tem de saber gerir o que elas vão deixando para trás!

Tenho para mim que a única constante das suas vidas é a sua inconstância!



quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Errata


Por engano meu, indiquei o autor errado do poema que postei anteriormente! Uma boa amiga teve a amabilidade de me alertar, obrigada! Já confirmei o autor!



Quando eu nasci...


Quando eu nasci,
Ficou tudo como estava,
Nem homens cortaram veias,
Nem o sol escureceu,
Nem houve estrelas a mais...
Somente,
Esquecida das dores,
A minha Mãe sorriu e agradeceu...

Quando eu nasci,
Não houve nada de novo
Senão eu.

As nuvens não se espantaram,
Não enlouqueceu ninguém...

P'ra que o dia fosse enorme,
Bastava
Toda a ternura que olhava
Nos olhos de minha Mãe...


Sebastião da Gama





Terapias alternativas!




Quando as coisas menos boas parecem querer tomar conta de nós, o melhor é fazer-lhes frente e ocuparmo-nos com trabalhos que requerem minúcia...no final, o resultado até é bonito e na nossa mente o que realmente importa volta a ocupar lugar de destaque! (É uma óptima terapia!!)



quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Irritações e distracções!!!!

Como qualquer pessoa que se preocupa minimamente com o ambiente, uso um daqueles sacos verdes dos hipermercados. Até é bem prático, as compras vão ali todas arrumadinhas e nada daquela confusão de sacos e mais sacos ao tirar as compras do carro! O que não é nada 'prático' é ter de explicar quase sempre à menina da caixa que não preciso de sacos porque uso um saco verde! Se ela vê o dito saco na minha mão, por que é que insiste em colocar-me cada produto em seu saco!? Mas o mais irritante é quando dizem: -Ah, tá bem! Mas coloque os sacos dentro desse saco! Mas o objectivo não é diminuir o uso de sacos???!!! Devem ganhar à comissão...quantos mais sacos o cliente levar melhor!!!! Haja paciência!


Andava há um bom par de dias com o depósito do carro na reserva. Como o dito cujo não se move a ar, hoje lá fui encher o depósito. Chego à bomba, encho o depósito, coloco a pistola no respectivo lugar, entro no carro, fecho a porta e levo a mão ao sítio onde é suposto estar a chave, na ignição, não é?! Não há chave, onde é que ela está?! Pendurada na portinhola do depósito!!! E só ainda estamos em Setembro...!!!



terça-feira, 9 de setembro de 2008

Ramon Hasman

Pois é, Vaandando, eu também gostei muito da simplicidade destes versos e, por isso, os anotei quando os li. Já não me lembro onde os li, mas também não conheço mais de Ramon Hasman a não ser este texto. Caso descubra algo sobre este poeta, agradeço a partilha!
Boa semana!



Desculpas...

Conhecemos as pessoas, convivemos com elas diariamente, com algumas até intimamente. Revelamos-lhes projectos de vida, despimo-nos do sentimento de ridículo que, por vezes, nos invade. Deixamos de lado as máscaras, ainda que ténues, que todos vamos usando para nos preservar. Julgámos conhecê-las…até ao dia em que descobrimos nelas atitudes de que as imaginávamos incapazes…atitudes que mereceram a sua crítica. Depois do choque inicial, vamos tentando encontrar justificações para aquelas atitudes. Procuramos desculpas, talvez porque admitir que, pessoas que nos eram/são tão queridas tenham tais atitudes, seja como admitir que nós próprios falhámos. Talvez assim seja mais fácil lidar com a desilusão…



sexta-feira, 5 de setembro de 2008



Sou um pouco de todos que conheci,

Um pouco dos lugares que fui,
Um pouco das saudades que deixei,
Sou muito das coisas que gostei.
Entre umas e outras errei,
Entre muitas e outras conquistei.

Ramon Hasman



quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Do 'cantinho' da mana...

Não desejo um presente qualquer,
Desejo somente aquilo que a maioria não tem.
Desejo tempo, para me divertir e sorrir,
Desejo tempo, para que os obstáculos sejam superados,
E muitos sucessos comemorados.
Desejo tempo, para planear e realizar,
Não só para mim, mas também para os outros.
Desejo tempo, para não ter pressa e correr,
Desejo tempo para me encontrar,
Desejo tempo, não só para passar ou vê-lo no relógio,
Desejo tempo, para que fique;
Tempo para me encontrar e tempo para confiar em alguém.
Desejo tempo para tocar as estrelas,
E tempo para crescer e amadurecer.
Desejo tempo para aprender e acertar,
Tempo para recomeçar, se fracassar...
Desejo tempo também para voltar atrás e perdoar.
Desejo tempo, para ter novas esperanças e voltar a amar...
Não faz mais sentido protelar.
Desejo tempo para ser feliz.
Para viver cada dia, cada hora como um presente.
Desejo tempo, tempo para a vida.
Desejo tempo. Tempo. Muito tempo!...

quinta-feira, 28 de agosto de 2008



Por vezes, as palavras do passado fazem sentido no presente...

Agora que o silêncio é um mar sem ondas,

E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti, como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.

(Coimbra, 1994)





quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Madrinhas...


















Quanto não vale uma madrinha com paciência para colher as amoras silvestres e fazer esta compota deliciosa!!!!!mhnhm
...tão bom!!!



quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Conta-me como foi

Tenho acompanhado, sempre que possível, esta série da RTP 1. Para a maioria dos miúdos de hoje, aquele quotidiano há-de parecer tão longínquo! Para mim é um reviver a minha infância. Cresci num bairro, de pequenas vivendas e quintais, a meio caminho entre a cidade e o campo. A curta distância do centro da cidade para, no tempo de escola, virmos almoçar a casa, mas longe o suficiente para a minha mãe dizer "Vou à cidade!". Seríamos aí uns 10 miúdos com idades aproximadas, nesse bairro delimitado de um lado pela linha de caminho-de-ferro(Que hoje já não existe.)e de outro por um pinhal e campos baldios(Actualmente são bairros com vivendas também, felizmente!). As brincadeiras faziam-se na rua ou nos quintais. Íamos a casa almoçar e lanchar porque as nossas mães nos chamavam, senão seríamos bem capazes de passar o dia em fantásticas aventuras: ver quem conseguia saltar mais, lançar um canivete(Hoje em dia, um canivete nas mãos de crianças de 8 e 9 anos nem pensar!) contra um pedaço de madeira, passagem de modelos, jogar a macaca, saltar ao elástico e à corda ou simplesmente explorar o pinhal e os campos! As férias grandes, para a maioria de nós era a continuação das brincadeiras do tempo da escola, mas a tempo inteiro! À noite, os nossos pais sentavam-se a conversar nos quintais e nós andávamos numa correria pelas ruas e , certamente, quem se aproximasse do bairro, ouviria de muito longe as nossas gargalhadas e gritos! A biblioteca da Gulbenkian(Claro!) era a nossa agência de viagens, pelas emocionantes viagens que os livros nos permitiam! Alguns iam visitar primos a cidades do litoral e/ou íamos para casa dos avós, nas aldeias!
Três irmãs desse bando de miúdos, tinham uns primos que viviam no Porto e vinham sempre passar um mês de férias a casa delas. Houve umas férias em que eles trouxeram um Monopólio. Lembro-me de passarmos tardes inteiras a comprar e vender propriedades, estações e companhias da água e da electricidade!!! E a zangar-mo-nos uns com os outros, porque todos queríamos jogar e nós éramos tantos que nunca mais chegava a nossa vez!
Às vezes, a minha mãe fazia uma merenda e lá íamos passar o dia para o rio! Depois vinha o mês de Agosto e o regresso dos tios e dos primos que estavam no estrangeiro e todos os fins-de-semana havia uma festa popular e nós lá íamos passar o domingo a casa do tio, da prima do pai ou dos padrinhos da mãe!
Actualmente, o bairro continua tranquilo e pacato, mas as pessoas já não dizem "Vou à cidade!" e já não há bandos de miúdos a correr pelos quintais. A maioria mudou-se para cidades mais próximas do litoral e os que ficaram não se sentam à noite nos quintais e não deixam que os seus filhos sejam um bando de miúdos a correr às gargalhadas pelas ruas...

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Amigos

Nesta corrida louca em que vamos vivendo, acumulamos dezenas de contactos, de colegas do trabalho, daquela pessoa que conhecemos numa acção de formação, daquela outra que nos apresentaram e até se tornou visita de casa e companhia de passeios de fim de tarde com a criançada...nesta roda viva com horários para tudo, a nossa agenda de papel e de telemóvel vai crescendo...crescerá o número de amigos em proporção com as ditas agendas? Não me parece...quando, depois da nossa vida ter mudado radicalmente, precisamos mesmo de um ombro, de um ouvido AMIGO, de companhia para as rotinas diárias, a agenda reduz-se a uma folha meia escrita. E nos fins de tarde em que queremos ligar a um amigo para um café à beira rio, constatamos que as opções são reduzidas. Daquela agenda imensa, a poucos abriríamos o nosso íntimo e esses poucos, em muitos casos, não partilham o mesmo rio que nós!
Este ano, constatei que a minha folha de opções tem 8 ou 9 linhas escritas e nenhuma delas partilha o meu rio! E confirmei que os amigos verdadeiros, na maioria dos casos, não estão connosco diariamente. Mas fazem 4 horas de viagem para estarem connosco uma tarde de sábado e meio domingo; convidam-nos para ir de férias com eles, sacrificando um pouco do seu descanso e da sua liberdade; dão-nos a chave da sua casa, esperam por nós para jantar a horas tardias, escutam-nos, pela noite dentro, sem nos fazerem perguntas; contam-nos pedaços da sua vida que prefeririam esquecer para nos darem alento...


Nestes dias que estive fora, soube que uma das minhas 8 ou 9 linhas tem cancro da mama. Descobriu, num auto exame, um caroço e desde há uns meses tem vivido, quase solitária(apenas a irmã mais velha, uma amiga e eu sabemos), a angústia das viagens para os hospitais, da incerteza dos exames, da espera para saber se é maligno ou benigno...a angústia de não deixar que os outros percebam (Como consegues, D.? Todas as rotinas diárias e continuar a ser o apoio para aqueles que precisam dele!). Conheci esta minha AMIGA há 7 anos, no outro lado do mundo (Onde nem todas as relações eram reais.), quando a conversa se estendia pela noite, na praceta de Vila Verde. Desde então estive com ela duas vezes, em 2004 e agora. Eu tenho um rio e ela tem um oceano!
Tenho a certeza de que ela vai vencer aquele caroço, que nem sabe que a D., na sua serenidade, é uma força da natureza!FORÇA, AMIGA!

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Que as há, há!

Reparo que a única planta habitante cá da casa, continua viva e de boa saúde, a crescer a cada dia que passa, a bem dizer!! Na minha outra casa, ao fim de uma semana de estadia, as plantas começavam a definhar e, por mais cuidados que tivesse, morriam! Uma amiga estava sempre a dizer-me que numa casa deve haver sempre plantas e animais(quando lhe perguntava mas porquê, a explicação não era muito clara!)...pois bem, A., nesta minha nova casa a planta cresce a olhos vistos e a amostra de pássaro (ele é tão pequenino!) que me ofereceste, tomou o lugar do despertador!

Um dia destes, dirigia-me ao meu carrito, no estacionamento, quando ouço:- Senhora, senhora...eu estava ali a falar com aquele senhor...e alguma coisa me fez vir ter consigo. Deixe-me ler a sua sina.
No meu pensamento, em grandes letras: COMO ME SAFO DESTA!!!??
-A senhora teve grande azar na linha de...há muita inveja à sua volta, mas a senhora não tem culpa!
No meu pensamento, em letras mais pequeninas: Como é que ela sabe!!??
-Deixe-me ler a sina e digo-lhe o nome de quem lhe tem tanta inveja...
O meu pensamento verbaliza-se e lá me sai:- Não estou interessada, se alguém me tem inveja, que lhe faça proveito...!

Não acredito em bruxas, mas que as há, há !!!


terça-feira, 29 de julho de 2008

Baile

Toda a tarde o sol brincou lá fora. Veio à minha janela sorrir...Bateu uma, duas, mais vezes...Eu vi-o e pressenti o conforto do seu calor bailando pelo espaço e vindo até mim. Quis sair e deixá-lo aquecer-me, mas um torpor tomou conta de mim e aninhei-me mais no quente do sofá e das almofadas...
E o sol deixou de bater à minha janela e o seu conforto bailante deixou de vir até mim ...A noite caiu e então saí. O torpor vestiu-se de tristeza e as lágrimas bailaram nos meus olhos, porque me veio a lembrança de outras tardes em que o sol também bailava...mas acompanhado.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Nem tudo é fácil

Nem tudo é fácil

É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas...
É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o...
É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga...
É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça...
É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida...Mas, com certeza, nada é impossível
Precisamos acreditar, ter fé e lutar para que não apenas sonhemos,

Mas também tornemos todos esses desejos, realidade!!!

Cecília Meireles



Como é que nos despedimos de colegas que, talvez sem pressentirem, pela sua maneira de ser, nos ajudaram a ultrapassar momentos em que as nossas vidas se desmoronaram...?



quinta-feira, 24 de julho de 2008

Apresentação

Correu mal a primeira tentativa... erros de principiante...!!

«Pensas que é para ti
Tudo o que sou... Mas sou tanta coisa Que tu não poderias guardar! Tu não tens a capacidade de chorar Quando eu choro, De rir quando eu rio... Quando eu rio, Sou para quem sabe rir...»

Não sei quem escreveu estas palavras, encontrei-os nuns papéis dos tempos da faculdade, mas penso que apresentam bem este meu canto...
sou tanta coisa...há dias em que sinto assim...um reino pequeno demais, para os meus mundos...!

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